A neblina havia se tornado intensa e a umidade tomava conta de todo o lugar...
Prudência, eis a palavra,
não haveria uma maneira de passar por aquele trecho da viajem.
A angústia me apertava o peito,
um cheiro de pedra, de morte, de frio e de água gélida.
Haviam faglhas de gelo dentro de mim,
ardiam como fogo,
gelavam como o desconhecido que avança,
sem pedir licença e sem avisar.
Ao longe, pedaços de rocha,
não me atrevia a ver de perto.
que me lembre, foi a primeira vez que tive medo.
Alguma coisa sussurava no meu ouvido e dizia que estava perto,
o medo não me deixava avançar.
A lembrança das rochas, as mesmas que Anael havia atravessado comigo,
para além da casa branca, para além do azul.
Quem era Anael,
que memória era essa que me fazia recordar as coisas de hoje,
as coisas de antes,
as de sempre.
Me resta encolher a proteção de uma peque abertura na rocha,
me cobrir e sonhar ...
se escapar de algum animal nativo, peço que escape do frio, mas do medo ... esse devo matá-lo hoje.
Ou ele ou eu.
zerafim