Dizem que as noites tem seus místérios,
seus anjos e seus demônios.
Vos digo,
a noite tem sua estória, seu conto.
Quando um facho de luz explode em feixes,
branco e prata,
corta o céu e as estrelas,
como carruagem selvagem,
brinca de estremecer o chão e clareia a gélida montanha;
lá está ela.
A senhora da lua nova,
a que avisa dos perigos da noite,
da queda das geleiras,
da morte das baleias,
da escuridão nefasta.
Sonhei com ela essa noite,
ainda faltava estrada,
pensava que os rochedos e o barulho das águas quebrando...
pensei que estaria salva,
mas não.
Ainda falta um pedaço,
mas ela me mostrou,
então posso.
Não durmo mais,
preciso olhar bem e claridade que se forma e o desenho que se firma.
A expansão dos caminhos, mas apenas um aponta para ela, o mais fino.
Devo seguir para o norte,
devo parecer voltar para proseguir,
devo ceder para avançar.
Dominar a angústia,
compreender o céu,
o reflexo dele na terra.
Graças Alinca
zerafim