Um dia juntei minhas coisas e parti.
Não eram muitas coisas,
não se têm muitas coisas aos 4 ou 5 anos de idade.
Tomei gosto pela partida.
Parti do que seria meu futuro,
fugi daquilo que pretendiam ser meu futuro.
Roubei um pouco da vida de muita gente,
tentando achar a minha talvez,
tentando fugir daquilo que eu apenas tinha medo, mas não sabia que se chamava medo.
Não fugi por saber,
fugi por medo.
Não fugi de casa,
fugi do mundo.
Não era a vida dos outros que eu queria,
era a minha própria vida,
queria a minha casa,
onde mora a estrela do norte.
Antes eu queria o meu mundo,
hoje vivo nos dois.
Não era medo,
ainda é saudade de casa,
só que agora sem medo.
Hoje chamo de saudade.
Zerafim
foto retirada da net