13.12.11

A TERCEIRA CASA

A casa marrom - penso que estive longe por segundo e por toda a eternidade. Muitas luas se passaram e a casa marrom, imponente e serena, forte e lúcida, justa e imparcial, permanece.

Sustenta o eixo da vida, impõe a vontade dos tempos e respeita os filhos que em tí repousam.
Fortalece o sonho do descanso, a paciencia da existencia repousa em seus braços e dorme por entre as sua coxas.
confesso que adormeci nas tarde de sono dourado, onde o teu cheiro me entorpecia a alma e me guardava as horas.
Confesso que chorei quando ví dares filhos e filhos a tudo quanto tocas e a distribuir comida e seiva pelos caminhos. nunca a havia visto assim, soberana e senhora. nunca ousei tocá-la, sabendo que tanto o sangue quanto o suor lhe eram dados de presente e os recebia com total capacidade de perfeição e igaldade. És também uma rromí, és mulher, mesmo na dureza de dias amargos e horas intermináveis.

Me assustei quando ví as fendas do teu sangue seco, aspero e rude, sem vida e sem cheiro, sem sonho e sem filhos, então compreendi, que és a mãe e o pai, a casa e o vento, a senhora que ensina a sobrevivencia e as duras penas da morte. Que recebe meu sangue de mulher nova, recém talhada e me molda como a um barro; que forjado a fogo reluz para o trabalho.
Não imagino sua vastidão, mas sei que permanece em mim até quando estou acordada e me embala em sonhos, onde piso com a fertilidade aos meus pés, na vastidão da tua soberana servidão.

uma rromí chamada zerafim

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...