Eu havia escolhido viver.
Não sabia bem o que isso seria ou aonde me levaria, mas assim o foi.
Passei 3 luas entre esse e o outro mundo, me disse Joata, um kokun esguio e velho,
de olhar firme e penetrante, assim que abri os olhos me disse.
Fez a escolha certa menina, as estrelas te trouxeram de volta.
Não sabia o que isso significava, estava fraca e tonta. Havia secado também, bem mais magra e mal podia aguentar meu próprio cheiro.
É estrume de búfalo com casca de carvalho, você estava perdendo o mel da vida. O carvalho reforça os ossos, te faz forte e o estrume afasta os espíritos que queriam te levar, acham que está forte e deixam você em paz. Disse Joata, com sua voz pausada e firme.
Me lembro que sonhei com estrelas e céu coberto com elas, de um jeito que jamais aconteceu antes. Eu queria voltar e não sabia, estava cansada, como agora.
As vezes me sentia exausta no sonho, andava, andava e nada, nenhuma luz e céu escuro.
De repente olhei pela fresta que se abriu e uma luz cegou meus olhos, escutei um grito fino e não ví mais nada.
Mais tarde me deram algo forte pra comer, com gosto de raiz, mas não podia ver. Uma faixa tampava meus olhos. Joata me explicou que o sol das flores estava mais forte do que nunca e por isso podia roubar minha energia.
Voltei aos poucos, tímida e com medo.
A imagem do meu salvador era um vulto e tinha medo de esquecê-la.
Demorei mais umas três luas, indo e vindo e o Kokun sempre do meu lado.
Quando pude ficar em pé, me troxeram um pano comprido com muitas cores, uma tina de água bem grande e umas ervas. Pareceu-me que nascia de novo.
Sorri.
Sorri.
Sorri.
Havia terra abaixo dos meus pés e podia senti-la.
Agora sim, podia dizer que estava viva.
zerafim
Conto os contos que o mundo esqueceu, os contos que a romi bebeu na taça do mundo. Conto os sonhos em forma de contos, são apenas contos, os contos que um anjo cantou.
21.4.12
15.4.12
DIGA NÃO AO CRIME DE ÓDIO
Para tudo há um limite,
há muito ódio e ódio nos mata por dentro.
Sentamos a frente da TV,
fazemos compras,
disfarçamos e passamos por cima,
afinal de contas não é conosco.
Aprendi que para cada minuto de silêncio meu diante da vida,
acumulo penas para a minha própria fogueira.
Se a vaidade é o pecadinho predileto,
a omissão é a condenação de morte.
DIGA NÃO A VIOLÊNCIA
zerafim
2.4.12
HEITHA SOBREVIVE II CONT.
Sua recuperação era lenta, mas ela iria conseguir.
Olhei para os lados e tentei ficar em pé, quase num reflexo ...
desfaleci e após um longo tempo parece que caminhei entre o hoje e o ontem.
As flores nasceram e cairam, haviam se passado o tempo do plantio e havia começado o tempo da renovação. Tudo fazia barulho, parecia que o mundo estava se preparando para uma grande limpeza.
Sonhei com Valey, estranho, nunca havia acontecido. Foi um dos poucos amigos que tive e havia sido morto uma primavera antes que fosse para as montanhas. Tudo muito confuso, mas fiquei feliz.
Eu precisava acordar.
Estava na hora de começar a viver de novo.
...
...
...
zerafim
Olhei para os lados e tentei ficar em pé, quase num reflexo ...
desfaleci e após um longo tempo parece que caminhei entre o hoje e o ontem.
As flores nasceram e cairam, haviam se passado o tempo do plantio e havia começado o tempo da renovação. Tudo fazia barulho, parecia que o mundo estava se preparando para uma grande limpeza.
Sonhei com Valey, estranho, nunca havia acontecido. Foi um dos poucos amigos que tive e havia sido morto uma primavera antes que fosse para as montanhas. Tudo muito confuso, mas fiquei feliz.
Eu precisava acordar.
Estava na hora de começar a viver de novo.
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zerafim
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