ORHOS - A CIDADE DA MAGIA/AS QUATRO CASAS
Guardar tudo...Dhiel me ajude!! Não sei como. Nunca havia me afastado das montanhas de Ancara, ou pelo ao menos nunca havia me dado conta disso. Havia tanta coisa a aprender. O vasto desconhecido.
Perto de
Zorran haviam algumas inscrições antigas e lá me disseram que podia perguntar
mais, estudar mais e tentar achar algumas coisas para a minha longa viajem. Pedi permissão para viajar além de Zorran. Permissão concedida, regra determinada. Só me resta obedecer.
De fato;
alguma coisa me diz que será longa.
Tempo? volta
a pergunta. O que é o tempo? Essa seria a minha maior conquista, tudo falam em
tempo, esse eterno desconhecido. Eterno é o tempo. Disse Dhiel em uma de nossas
conversas.
Tempo, ilô,
darash, kalderas, malais...há tanta coisa que desconheço. Universo, norte, sul,
oeste e o temido leste.
Tempo, tenho
que me concentrar no tempo, preciso entendê-lo.
Zorran é a
zona destinada aos estudos. Ciências múltiplas funcionam ali, paleiras altas,
esguias e de profundo silêncio. No próximo portal fica Orhos, lá é o meu
destino, terei apenas duas perguntas.
Localizada em meio às estações de parada
é uma área sem muitas permissões. Os que aqui chegam são estranhos como eu,
nunca os vi, mas receberam ordens parecidas com as Aminhas. Todos irão
transportar material e edificar campos, espaços, os números variam, mas para o
norte, onde vou, devo hoje coletar 2 partículas do Orhos. Talvez possa voltar
depois. Uma destinada ao tempo, isso já decidi. A outra pergunta será sobre essa
caixa – meu transporte, meu corpo. Há tantas coisas que não sei e tudo, tudo
deverá caber nele. Definitivamente não
compreendo.
O azul é
também uma cor especial, o branco, o marrom e o negro. Preciso anotar.
Orhos é imponente,
simples e toda cheia de ondulações. Existem quatro braços como que a se
entrelaçarem, mas totalmente diferente. Aqui devemos aprender desde a entrada.
Zorbim havia
me falado. Me diz tanta coisa e nada.As montanhas azuis. Estão a vista.
Devo entrar
pelo braço de Anael – ele coletou todas as informações dessa casa, ela é azul –
a casa do tapete azul, depois a casa branca, a casa marrom e a casa negra, só
então poderei chegar no ilô de Orhos.
Anael me
esperava na entrada de Zorran – um gesto de curvatura, silêncio e um sorriso
sereno. Talvez triste, não sei. Algo que desconhecia. Uma pequena passagem na margem
direita nos aguardava, aberta. Entramos.
Essa é a
casa de Orhos – aqui todos aqueles que pertencem a linhagem de Dhiel ou por ele
são marcados devem conhecer. Conhecerás o que o mundo desconhecido chama de
magia e nós chamamos de essência. Nas quatro casas estará o princípio da vida,
do que queima, do que arde, do que vive e do que morre. O tempo comanda toda a
mudança e é aqui que você vai aprender a lidar com ele...
Não se
preocupe em entender rromí, sinta. Dhiel te agraciou com esse dom e com essa
maldição. Isso dependerá de você.
Não toque em
nada, tudo o que chegar até você é porque deverá ser compreendido por você. Esse é
o tempo, cada coisa na hora certa. Aprenda a respeitar o que está a sua volta e
nada lhe fugirá da compreensão, disse Anael.
Tudo se
movia em completa harmonia e silencio. O tapete dos pés parecia estar na cabeça
e tive a sensação de flutuar. Esse era o tempo, a casa azul – a casa do senhor
dos tempos.
zerafim